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Foto do escritorRodrigo Storckmann

A substituição de humanos por inteligência artificial na força de trabalho.

Apesar de sucessivas prorrogações, este ano foi realizado o leilão que trará a tecnologia 5G para o Brasil. A redução da latência resultante da adoção do 5G, somada a tecnologias como a internet das coisas e a inteligência artificial prometem a maior revolução nas formas de trabalho que conhecemos desde a revolução industrial. Desde os motoristas de ônibus até os médicos, e reparem no contraste existente na complexidade destas duas profissões, todos os procedimentos humanos repetíveis serão substituídos total ou parcialmente por soluções que englobem essas tecnologias.

Em paralelo, podemos observar empresas gerando cada vez mais riquezas com uma quantidade infinitamente menor de recursos humanos que as indústrias tradicionais. Comparativamente, podemos observar o caso da Vale, com seus 120 mil empregados e que atingiu recentemente o maior valor de mercado entre as empresas da bolsa brasileira, com 100 bilhões de dólares. Como comparativo, o AirBnB tem um valor de mercado levemente superior, com 5 mil empregados. Cada uma das três gigantes da bolsa americana (Apple, Amazon e Google) valem, sozinhas, mais do que todas as empresas listadas na B3.

Viveremos em um mercado dominado por bigtechs empregadoras de mão de obra extremamente especializada e por indústrias que automatizaram todos os seus processos? Creio que não seja para tanto, mas os empregos nesta nova era exigirão um tipo de qualificação relacionada a interpretação de dados, em detrimento da execução de tarefas repetitivas.


No Brasil de hoje, temos uma desvantagem imensa em relação a este cenário. Do lado tecnológico, quase a totalidade das soluções de hardware e software que viabilizam estas inovações são importadas, o que nos remete ao fato de que boa parte da geração de riquezas oriundas dessas tecnologias será enviada para outros países. Do lado da mão de obra, somos o país onde 29% da população é classificada como analfabeta funcional e já temos dificuldade para inseri-la nos empregos atuais. Imaginem nos empregos desta nova era.


Nos EUA, o governo Biden apresentou um plano para revolucionar, nos próximos dez anos, sua matriz energética, sua frota de veículos, sistemas de calefação e refrigeração dos domicílios e dos imóveis comerciais e investir em pesquisas que melhorem o desempenho das baterias que vão contrabalançar a intermitência das fontes de renováveis modernas (solar e eólica). É em torno destas inovações que o governo de lá aposta na criação de empregos de boa qualidade para o conjunto do país, contrabalançando a tendência de supressão de empregos associadas à robotização de muitas atividades e o emprego menor de recursos humanos nas empresas de tecnologia. No Brasil, esta deveria ser uma pauta obrigatória para a sociedade.





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